BLUE JEANS


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A história dos jeans inicia-se em Nimes, na França, onde o seu tecido foi fabricado pela primeira vez cerca do ano de 1792. Rapidamente começou a ser conhecido por “tecido de Nimes”, expressão que com o tempo foi abreviada para “Denim”.


Por ser um tecido robusto e durável, sem necessitar de grandes cuidados no seu uso, começou por ser utilizado essencialmente em roupas para trabalhos no campo e pelos marinheiros italianos que trabalhavam no porto de Génova.


Mais tarde chegou aos Estados Unidos, onde a sua introdução está recheada de curiosidades interessantes.


Na altura da corrida ao ouro na Califórnia, cerca de 1853, andava por aqueles lados um jovem judeu alemão, de nome Levi Strauss, que tinha começado por vender lona para as carroças dos mineiros e que, ao se aperceber que as roupas dos mineiros não eram adequadas para o desgaste que sofriam, levou um deles a um alfaiate e fez-lhe umas calças com o tecido que vendia para cobrir as carroças.


Inicialmente de cor marrom, as calças criadas por Levi Strauss rapidamente se tornaram um sucesso para os mineiros da Califórnia mas existia uma queixa recorrente: o tecido era pouco flexível.


Levi Strauss resolveu então procurar um tecido que fosse ao mesmo tempo resistente, durável, flexível e confortável de usar. E decidiu procurar esse tecido na Europa, continente mais desenvolvido à época, tendo encontrado e passado a usar o tal “tecido de Nimes”, feito de algodão sarjado.


O primeiro lote de calças da Levi Strauss tinha como código o número 501, que acabou por se tornar no modelo mais famoso e clássico da Levi Strauss. Devagarinho, com o passar dos anos, as calças jeans foram sendo melhoradas. Em 1860 foram acrescentados os botões de metal. Em 1886 começou-se a coser a etiqueta de couro no cós das calças. Já a cor azul índigo, tão popular nos jeans actuais, só começou a ser utilizada em 1890 e foi, nada mais, nada menos, que uma estratégia (bem conseguida) de tornar os jeans mais atraentes. Os bolsos traseiros apenas fizeram a sua aparição em 1910.


A popularidade mundial dos jeans apenas começou por volta da década de 30, através de filmes de sucesso que retratavam os famosos cowboys americanos. A Segunda Guerra Mundial popularizou a imagem de virilidade que o tecido Denim representava pois era utilizado nas fardas do exército americano.


Não é assim de estranhar que a expansão dos jeans na Europa se tenha dado após a Segunda Guerra Mundial. Após o final da guerra, as calças que tanto sucesso tinham tido com os mineiros americanos os jeans tornaram-se num tipo de moda que, contrariamente ao habitual, tinha nascido do povo até chegar aos estilistas e não criada pelos estilistas para o povo. São usados em todos os continentes tanto por trabalhadores do campo como da cidade, tanto pelos ricos como pelos pobres e curiosamente ainda mantendo as características originais das primeiras calças feitas por Levi Strauss.


Pode-se afirmar sem grande hipótese de erro, que hoje em dia os jeans são já uma peça obrigatória em qualquer guarda roupa feminino ou masculino.


Permanece, no entanto, uma derradeira questão. Porque razão se chama “jeans” às calças criadas por Levi Strauss?


Como foi dito no início, o “tecido de Nimes” era utilizado na roupa dos marinheiros do Porto de Génova. Esses marinheiros genoveses tinham o costume de chamar “genes” às suas calças de trabalho. E quando pronunciavam a palavra “genes”, com o habitual sotaque italiano vincado, a expressão acabou por se transformar, com o tempo, em “jeans” e assim se espalhou pelo mundo.